quinta-feira, 14 de maio de 2015

Prioridades a serem trabalhadas no Projeto Político Pedagógico do Minervina/ discussão realizada em reunião de CE

UFSCAR-UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
DED – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
          NOME DA CURSISTA: Eliana da Costa Caffer Markies
TURMA: Grupo 1          PÓLO: AT8 São Carlos
AT7.PV-Segunda seção do TCC

AVALIAÇÃO DE TODO O TRABALHO REALIZADO – ESCRITA DA SEGUNDA SEÇÃO (CAPÍTULO) DO TCC)

Abrir a escola, acolher opiniões e pessoas, compartilhar a gestão da escola é construir juntos, gestor e toda comunidade escolar,  a verdadeira e real escola que queremos, ou seja, a que ofereça uma educação de qualidade que atinja não só uma parte mas todos os alunos que dela fazem parte e saber que educar ou todo trabalho de formação que acontece na escola, pode levar a transformações de toda sociedade. Pessoas bem formadas, tem sua cultura aceita e respeitada  são mais conscientes de seus direitos e deveres, opinam mais, escolhem melhor seus governantes e assim participam mais e melhor da construção de nosso país.
            A escola Minervina é uma dessas escolas que deseja ter este perfil, é públicas, estadual e atende cerca de 300 alunos, do 1º ao 5º ano do ciclo I do ensino fundamental, em tempo integral e todo nosso projeto de intervenção gira com foco neste atendimento integral que é diferenciado e precisa apresentar também resultados diferenciados. 
            Iniciando pela análise do processo de gestão, a escola Minervina  já possui um Projeto Político Pedagógico, com um plano gestão escolar construído para o quadriênio 2011 a 2014 e que está sendo reformulado este ano para mais um quadriênio agora de 2015 a 2018.
             Na sua construção  anterior este plano definiu como a escola seria gerida, sua linha pedagógica, formas de avaliação, processos de gestão, missão, visão, caracterização escolar, atendimento dos órgãos colegiados CE, APM, Grêmio estudantil etc. Este plano passou pela avaliação do Conselho de Escola no final, conforme prevê a legislação, mas em sua construção contou  apenas com a participação de seus professores e gestores que, na época, também construíram um plano de ação que serviu de parâmetro para nossas discussões atuais, sobretudo no momento de avaliarmos onde estamos e onde desejamos  estar hoje e futuramente.
            A partir do momento que representando esta escola como gestora, fomos (a escola e eu)  selecionados a fazer este curso na UFSCAR, pude entender através da rica bibliografia e aulas que, quando falamos em gestão democrática não basta “comunicar” aos professores ou a alguns pais as decisões tomadas ou a serem tomadas e que para a gestão ser democrática tenho que mudar a cultura que acontece dentro da escola, mudar o foco onde o centro é o diretor ou na mão de quem detém mais conhecimento acadêmico. Entender que a organização e gestão escolar deve ser assunto discutido por todos os seguimentos que a compõe como pais, alunos, professores, funcionários e gestores. Mudar esta cultura de não contrariar o diretor ou de deixar todas as decisões para sua competência precisa ocorrer dentro da gestão democrática que não é um assunto novo mas difícil de ser incorporada já que estivemos vivendo anos de ditadura onde desaprendemos opinar e questionar. Muito professores formados nesta época continuam lecionando sob esta perspectiva bem como encontramos diretores com esta mesma visão.   
            Com a abertura democrática brasileira a Constituição de 1988, trouxe para o capítulo da educação uma nova visão e foco.
Constituição Federal do Brasil (1988) já destacou no artigo 206 que o ensino seria  ministrado com base nos seguintes princípios:
... VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( Lei  9394/96) também fala sobre a gestão democrática no Art. 3º  quando diz que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
...VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
A mesma LDBEN (Lei 9394/96)ainda destaca  no Art.12 como seria a gestão democrática e autonomia dos estabelecimentos através  da elaboração de sua Proposta Pedagógica. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
...I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
No Art. 13 (LDBEN 9394/96). Os docentes incumbir-se-ão de:
...I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
E para os estabelecimentos de ensino no Art. 14(LDBEN 9394/96). Diz que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
...I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
...II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Além de estar destacado na constituição Federal, LDBEN, Constituição Estadual a gestão democrática também aparece definida na Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014 que aprova o Plano Nacional de Educação PNE pois em suas diretrizes do Art. 2º coloca:
...VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
Falar em gestão democrática é destacar o princípio da cidadania quando participa, a pessoa exerce poder de escolhas de opinar, de cobrar direitos e deveres de fazer parte da instituição que na verdade é pública.
Mas a democratização da educação até hoje caminha a passos lentos conseguimos a matrícula da maioria dos  alunos inclusive os portadores de necessidades especiais mas precisamos avançar na qualidade da educação e na gestão praticada nesta escola. A maioria dos interessados que deveriam ser os pais são os que mais resistem a participar, e na escola Minervina não é diferente, um ponto colocado em todos os planos de intervenção  não mudou de 2011 para cá. O ponto seria mudar e aumentar a participação dos pais no processo pedagógico,  queremos que os pais acompanhem e saibam o que o filho deve aprender , cobrem a aprendizagem dos filhos. Já conseguimos com um projeto de pais voluntários uma quantidade de 10 pais bem comprometidos e presentes na escola que participam do CE e APM, e que muitos colaboraram na realização das tarefas exigidas neste curso, mas uma de nossas prioridades e ter mais pais participativos do projeto e que não venham na escola apenas reclamar da disciplina ou da falta dela mas que saibam de tudo que acontece aqui, principalmente acompanhando e cobrando a qualidade da educação oferecida por nós.
Entendemos que mudar a cultura da pouca participação é um processo que exige certas estratégias e traçamos para isto algumas como: utilização de uma agenda escolar própria  onde colocamos parte da PPP da escola , quadro de avisos na parte onde os pais esperam os filhos, um blog institucional onde divulgamos eventos, atas de reuniões, fotos, avaliação institucional com a participação de  toda comunidade, apresentações onde os pais são convidados, organização e planejamento das reuniões com colegiados e já tivemos uma melhoria mas esta ação é contínua e lenta e durante nossas reuniões de planejamento e levantamento de prioridades   a coordenadora citou em reunião de CE que se o pais tivesse a visão do que realmente precisa ser trabalhado bimestralmente poderia se cobrar mais  e exigir mais, infelizmente na comunidade  que atendemos este tipo de valor ainda não foi incorporado, ainda temos também muitos alunos vivendo em ambientes de vulnerabilidade , com pais usuários de drogas, presos, etc mas para aqueles pais que estão presentes no dia-a-dia  como voluntários toda esta necessidade e trabalho foi bem entendido, discutiram o assunto e cada vez mais se sentem com liberdade para opinar e se manifestar durante as reuniões.
Enfim  todo este movimento se faz necessário pois o Projeto Político Pedagógico é um instrumento de ação coletiva e por isto deve ser elaborado coletivamente. Para que se atinjam os objetivos que se pretendem é necessário um trabalho de planejamento das atividades e necessidades da escola.(PV unid. 1, UFSCAR, 2014)      
De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa (2001), planejamento é o ato ou efeito de planejar, é a preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos conveniente. É a planificação ou determinação de um conjunto de procedimentos , de ações visando a realização de um determinado projeto.
Assim planejamento é processo, é reflexão que exige atitudes críticas de todos. Durante nossa reuniões tentamos planejar na tentativa de uma construção de nosso projeto de intervenção, esta necessidade de levantamento e participação coletiva ocorreu agora com as reuniões dos colegiados e não ocorreu na versão do plano gestão anterior como já foi relatado anteriormente, assim desta vez o mesmo reflete mais a realidade do ponto de vista da comunidade escolar e não apenas de uma pessoa no caso o diretor ou apenas professores.
Para fazermos então nosso plano de intervenção rumo a reformulação de nossa PPP precisou-se ter um planejamento  ou seja um processo com objetivos, meios , ações , metas, responsáveis e avaliação mas antes de todo este momento é extremamente importante pois pararmos para pensar e refletir sobre a escola que temos e a escola que queremos ou seja onde desejamos chegar ou sermos reconhecidos .
Para tudo isto partimos de um diagnóstico que é a caracterização do bairro onde a escola está   inserida e da caracterização da própria escola e todas as vezes que vamos iniciar  as reuniões destes passos exigidos nas disciplinas para construção do TCC era sempre retomado com os conselheiros o diagnóstico de nossa escola pois ele foi toda base  para a construção das metas e ações por exemplo a leitura da avaliação institucional, os resultados das avaliações externas  como ANA, SAEB, SARESP, Avaliação diagnóstica do Estado de São Paulo, IDESP, levantamento de fragilidades e potencialidades do bairro onde a escola está inserida e dentro da própria escola . Todo este material e  momento de discussão foi muito rico e serviu de base para a tomada de decisões necessárias.
O critério de definição de prioridades da escola foi definido em uma reunião de conselho bastante proveitosa e foi a partir dela que foi feito a produção textual da caracterização da unidade escolar e diante de problemas levantados chegamos a conclusão que a partir do diagnóstico temos algumas prioridades  a serem trabalhadas na escola como: melhorar a leitura, alfabetizando todos os alunos até o 3º ano e melhorar a competência leitora de todos os alunos, utilizando mais os livros e sala de leitura da escola, rotinas, produção de jornal, sacolotéca e outros projetos de leitura da escola assim buscaríamos   melhorar o nível de aprendizagem, interpretação de textos, ampliação de vocabulário enfim avançar na qualidade do ensino oferecido.Um segundo problema destacado é o próprio fato de sermos uma escola integral , precisamos melhorar nosso atendimento, principalmente no período do almoço onde os alunos ficam mais ociosos a metodologia para melhorar isto seria aumentar e treinar mais pais voluntários ou seja ampliar a participação dos mesmos no dia a dia escolar, inclusive que eles entendam a importância do acompanhamento da aprendizagem dos filhos. Um outro ponto seria melhorar nossos indíces no idesp e saresp que estão muito baixos para uma escola integral como a nossa.   
No dia 11 de março, em outra reunião de conselho  foi realizada uma reunião com os membros  do Conselho de Escola para discussão e levantamento de prioridades da escola com o objetivo  de verificar nossa realidade e traçarmos ações no sentido de melhorar a educação oferecida a nossos alunos. 
Nesta reunião estavam  presente três  pais, dois funcionários, dois alunos, dois gestores e quatro professores.  
Inicialmente a diretora retomou com os presentes o diagnóstico  da escola falando sobre a caracterização do Bairro e da escola ( usando avaliação realizada no final do ano) para depois abrir a palavra e ouvir dos conselheiros presentes o que cada seguimento vê como prioridade.
A coordenadora que é conselheira pediu a palavra e fez um diagnóstico para os presentes dizendo que pedagogicamente a fragilidade da escola está na leitura e interpretação,  pois este ano embora tenhamos atingido as metas no IDESP as classes que temos estão no nível básico ou seja apenas o mínimo do que deveriam saber na série ou ano em que estão,  quando o ideal seria estar no nível adequado ou seja, sabendo todos os conteúdos  trabalhados naquela série/ano.
Diante disto, disse que a prioridade seria orientar os professores e dar respaldo em materiais pedagógicos para que os mesmos trabalhem o currículo adequadamente, preparem as rotinas dêem conta dos projetos de leitura, jornal, sacoloteca, etc 
A coordenadora explicou também que foi feita a avaliação em processo que é diagnóstica e  nossos quartos anos estão melhores este ano, mas a matemática ainda é uma fragilidade de todas as salas da escola. Uma mãe não conhecia a avaliação em processo e também sobre atividades do currículo trabalhadas  no EMAI (matemática) e lhe foi explicado.
As professoras colocaram como fragilidade a pouca participação da família apoiando e incentivando a aprendizagem dos filhos. Colocaram que a prioridade deveria ser conscientizar a família no cumprimento de seus deveres junto aos filhos, observando tarefas, verificação dos recados na agenda, reuniões, disciplina etc.
A vice-diretora Leida colocou que seria importante o pai conhecer e cobrar a parte pedagógica, se apropriar do que os filhos precisam saber em cada série, participar mais, estar mais próximo do processo ensino aprendizagem.
Os pais falaram da importância dos pais conhecerem mais o que acontece  na escola,  pois segundo elas, depois que passaram  conhecer e fazer parte da escola entenderam melhor todo processo.
Os conselheiros destacaram a prioridade física da escola que seria colocar um toldo na entrada, visto que nos dias de chuva todos se molham ao entregar ou buscar as crianças. Também solicitaram jogos que atendam as crianças durante o período do almoço, logo somos uma ETI e este espaço precisa ser ocupado com atividades atrativas. A diretora colocou que isto entrará no plano de ação da APM 2015.
Enfim, foi fechada a reunião com o consenso que a prioridade é melhorar o trabalho pedagógico através da melhoria do básico que é a escrita, leitura e matemática de nossos alunos.
A reunião foi proveitosa, a participação de vários seguimentos enriqueceu as discussões   e foi uma oportunidade de reflexão sobre diferentes olhares diante de um mesmo foco: melhorarmos a educação oferecida nesta instituição.  
  Após termos as prioridades foi convocada outra reunião com CE e diretoria executiva da APM pois assim, teríamos representado os vários seguimentos da escola e neste dia recebi cinco pais,  seis professores, quatro alunos e um funcionário e dois gestores. A reunião  foi iniciada com a retomada através da leitura da ata da reunião anterior onde foi levantada as prioridades que a escola necessitava para atuar diante de sua realidade.Após a leitura foi exposto que  naquele momento estávamos seguindo várias etapas na revisão de nossa proposta pedagógica e como em reuniões anteriores tínhamos trabalhado diagnósticos da  do bairro escola alunos atendidos e problemas pedagógico assim precisávamos agora estabelecer ações e metas para melhorar a situação vivenciada em nossa unidade escolar. A diretora aproveitou a oportunidade das pessoas reunidas para mostrar os resultados do IDESP que tinha saído no dia anterior e que precisavam ser discutidos com os pais  pois a escola melhorou muito seu nível passando de 3.15 para 4,64 com a avaliação do SARESP o ano passado mas retomou o que foi conversado com os pais na reunião passada que embora tenhamos melhorado no IDESP o quadro real que temos este ano não é nada favorável, os pais concordaram e teceram comentários a respeito da formação dos quintos anos este ano que está muito aquém das expectativas esperadas pra aquela série. A coordenadora propôs então que retomássemos que nossa prioridade seria trabalhar com a leitura pois nossos alunos precisam melhorar em pelo menos 80 % a fluência leitura atingindo assim a meta de melhorar também a interpretação de textos. O desafio maior seria ter pais mais próximos da escola para nos ajudar nestas cobranças e no estímulo a leitura.A coordenadora disse que o trabalho de formação dos professores  em serviço ou seja nas ATPCs também deveria ser uma prioridade com a meta em melhoria da formação em 50%. A justificativa seria a aplicação do currículo de maneira a atender e melhorar a aprendizagem de nossos alunos. A diretora colocou para os pais a importância em estar acompanhando este currículo e a prática na sala de aula  que deve ser um foco do trabalho da coordenação com vistas a atacar as fragilidades observadas em avaliações e observação das rotinas. Uma mãe comentou que tem observado o caderno da filha  e percebe que este ano está mais puxado e que a ida na biblioteca tem contribuído para a melhoria da leitura e assim ficou decidido que o trabalho de leitura deve ser intensificado na escola em pelo menos 70%. Uma outra prioridade levantada foi aumentar a participação dos pais nas atividades da escola  e um aluno deu idéia de fazer apresentações e chamar pais para assistir, uma mãe disse que a tarde como são oficinas poderíamos estar convidando os pais para participarem de alguma atividade manual. Ficou decidido que a participação dos pais precisa melhorar em pelo menos 30% mas outras ações para isto ainda precisam ser amadurecidas. Enfim foi um consenso que embora tenhamos melhorado no IDESP não podemos retroceder como nos anos anteriores e assim para nos manter devemos focar toda a atenção na prática da sala de aula e na aprendizagem eficaz dos alunos, recuperando os que apresentarem mais problemas de aprendizagem, trabalhando a recuperação nas oficinas de HL e EM e PT no período da tarde já que somos uma ETI .A participação dos pais e dos demais membros da equipe nesta reunião foi boa o mais difícil é atingir e contaminar os demais pais que não comparecem e não acompanham a vida escolar dos filhos esta foi a conclusão que chegamos. Temos prioridades metas, o tempo que seria o decorrer do ano e os responsáveis como o grupo gestor, professores e o próprio conselho que deverá acompanhar através dos resultados obtidos nas avaliações em processo. Enquanto diretora, me propus, a criar um quadro descritivo das prioridades, metas, responsáveis pelas ações, tempo e avaliação para expor para toda equipe.    
Assim foi criado um quadro de plano PV que descreveu todas as necessidades e como seriam trabalhados para obtivéssemos os resultados esperados. Este quadro foi divulgado para toda comunidade escolar.


PV Unidade 1 – A elaboração do planejamento do PPP, UFSCAR- 2014


Nenhum comentário:

Postar um comentário